sábado, 22 de agosto de 2009

Breve História pós-Independência

A Costa Rica tornou-se independente a 15 de setembro de 1821 e três anos depois uniu-se, por pouco tempo, ao México. Em 1824 passou a integrar a Federação Centro-Americana, dissolvida em 1838. Nessa época teve início a exportação de café para a Europa, e San José viveu um período de intenso crescimento e prosperidade. Durante a administração do general Tomás Guardia, que governou despoticamente o país entre 1870 e 1882, a Costa Rica atingiu notável desenvolvimento econômico. Incrementou-se o comércio de açúcar e café, construíram-se ferrovias e abriram -se portos para escoar a produção. As plantações de banana, controladas a partir de 1899 pela United Fruit Company (mal afamada corporação capitalista norte-americana que viria a monopolizar a cultura e comércio de frutas em grande parte da América Latina), passaram a rivalizar em importância económica com as de cana-de-açúcar e café. Em 1890 tornou-se presidente José Joaquín Rodríguez; sua eleição foi considerada a primeira inteiramente livre e sem fraudes na América Latina e inaugurou uma tradição de democracia na Costa Rica, que se mantém até hoje, com curtas interrupções.

Durante o século XX, sucederam-se presidentes eleitos até 1948, ano em que os resultados eleitorais foram contestados por grupos de esquerda, o que desencadeou a breve guerra civil que levou José Figueres Ferrer ao poder. A junta revolucionária que assumiu o governo aboliu o Exército e criou uma guarda civil, elaborou nova constituição e empossou o candidato vitorioso nas urnas, Otilio Ulate Blanco. Em 1953, José Figueres voltou ao poder, nacionalizou os bancos, impôs re strições à United Fruit e enfrentou uma invasão lançada por seus adversários exilados na Nicarágua. Figueres inscreveu seu nome na história do país com várias décadas dedicadas às reformas sociais, à abertura política para o exterior e aos ideais social-democratas.

Ao longo da década de 1980, a Costa Rica preservou seu regime político, baseado no poder civil legitimado por eleições. A posição internacional da Costa Rica, que manteve alto grau de independência em relação aos grandes blocos de poder, deu-lhe condições de actuar com bons resultados no âmbito regional. O presidente Oscar Arias Sánchez, eleito em 1986, teve papel de destaque na mediação das guerras civis na Nicarágua e em El Salvador e por seu esforço foi-lhe concedido o Prémio Nobel da Paz em 1987. Em 1990, Arias foi sucedido por Rafael Angel Calderón Fournier, da oposição. Esta relativa estabilidade, em meio de uma zona do globo propensa à conflitualidade, permitiu à Costa Rica um desenvolvimento económico notável e a expansão do seu sector turístico de uma forma equilibrada e bem sustentada.

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